A Revolução Inglesa foi uma sequência de eventos ocorridos na Inglaterra durante o período da Idade Moderna que marcou a consolidação da Monarquia Parlamentarista naquele país, para que isso ocorresse, desdobramentos e conflitos dentro do quadro da monarquia inglesa foram necessários, envolvendo não somente questões políticas, mas também questões de cunho religiosos.
No século XVII, a Inglaterra foi governada por dois imperadores Jaime I e Carlos I, eles eram os monarcas da dinastia Stuart. Neste momento a monarquia inglesa enfrentou uma crise com o Parlamento, fato que levou o país a guerra e ao fim do regime absolutista no país.
O imperador inglês Jaime I que governou de 1603 até 1625, estabeleceu na Inglaterra uma monarquia absolutista (poder ficava todo concentrado nas mãos do rei). Ele também foi responsável por fortalecer o Anglicanismo (religião oficial da Inglaterra desde o governo de Henrique VIII), através da elevação dos dízimos. A tentativa de fortalecer o poder real através da taxação repercutiu na Câmara dos Comuns, contrária ao direito absolutista do súdito. Seu governo provocou disputas com o Parlamento.
Com o próximo imperador Carlos I de 1625 até 1642 continuou o governo dentro do modelo absolutista, ignorando o pedido de grande parte dos ingleses que não queriam mais esta forma de governo em seu país. Em represália a pressão popular, Carlos I governou durante onze anos sem convocar o Parlamento. Para sustentar o Estado, estabeleceu inúmeros tributos. Mas, ao entrar em funcionamento, no ano de 1640, o Parlamento despojou Carlos I de sua autoridade, e aprovou uma lei que tornava a convocação do Parlamento obrigatória, a cada três anos.
A REVOLUÇÃO PURITANA (1642 – 1649)
Todos esses eventos e este clima de insegurança acabou levando a um confronto entre a Monarquia e o Parlamento, que consequentemente levou ao conflito armado, desta forma teve início a guerra – chamada como “Revolução Puritana” – envolvendo os “Cavaleiros”, partidários do Rei e os “Cabeças Redondas”, defensores do Parlamento.
Entre os “Cabeças Redondas” destacou-se Oliver Cromwell, que chefiou o exército do Parlamento, sendo responsável pelas vitórias sobre o grupo dos realistas, no ano de 1644, os partidários do Parlamento eram economicamente avançados o que foi amplamente vantajoso para a sua vitória sobre as forças da monarquia. Cromwell organizou seu regimento de forma bastante democrática: os soldados eram proprietários rurais, alistados e o critério de promoção baseava-se na eficiência militar de cada um.
Sob a liderança de Oliver Cromwell, venceu-se a guerra, posteriormente o rei foi decapitado e proclamou-se a república na Inglaterra, no ano de 1649. A monarquia foi considerada como sendo “desnecessária, e perigosa para a liberdade povo”. Palavras do próprio Oliver Cromwell.
Cromwell dominou o Parlamento, em1653, transformou-se de um republicano em um ditador. Na República de Cromwell, prevaleceram os interesses da burguesia. De grande importância para o desenvolvimento marítimo da Inglaterra, foi à promulgação do “Ato de Navegação” de 1651, estabelecendo que o transporte de mercadorias para o país deveria ser feito por navios ingleses.
Após a sua morte no ano de 1658, Oliver foi sucedido por seu filho Richard Cromwell que, não conseguiu governar, pois não exercia influência sobre o exército e nem sobre o Parlamento. Consequentemente o Parlamento convocou Carlos II para assumir o trono, no ano de 1660.
A restauração no trono, dos Stuarts com Carlos II e posteriormente Jaime II não significou a volta ao Regime Absolutista e sim a afirmação do Parlamento como a principal força política da nação. Carlos II (1660-1685) submeteu-se às limitações do poder real impostas pelo Parlamento, com o qual conviveu em ampla harmonia.
Seu sucessor Jaime II (1685 -1688) pretendeu restabelecer o Catolicismo, contra os interesses da maioria protestante da Inglaterra, desafiando desta forma o Parlamento. Foi deposto por um golpe de Estado, na “Revolução Gloriosa” (1688-1689), assim chamada porque ocorreu sem derramamento de sangue. A Coroa foi entregue ao príncipe holandês, Guilherme de Orange, genro de Jaime II.
Em 1689, o Parlamento aprovou o “Bill of Rights” ou “Declaração de Direitos”. Essa lei limitou a autoridade do Rei, deu garantias ao Parlamento e assegurou os direitos dos ingleses. Com isso ficou permanentemente estabelecida a Monarquia Parlamentarista na Inglaterra.